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Hoje, no Brasil, as Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) são responsáveis pela coleta e tratamento do esgoto de cidades e bairros. Esse é um tipo de serviço ofertado pelo Estado ou empresas terceirizadas, e que nós podemos chamar de: serviço de infraestrutura. Esse esgoto coletado passa por diversas etapas em seu tratamento, incluindo processos físicos, químicos e biológicos que despoluem a água antes de devolvê-la aos rios, mares ou até mesmo para reaproveitamento.

No entanto, apesar de seu papel essencial, há um grande déficit de infraestrutura no país. Segundo o Censo de 2022, pelo menos 37,5% da população ainda vive sem acesso a saneamento básico no Brasil, ou seja, um terço da população ou não tem infraestrutura na sua região para tratamento de esgoto ou não tem infraestrutura para consumo de água potável. Embora esse índice tenha melhorado em relação ao Censo anterior, em 2010, o desafio ainda é enorme. 

Todavia, neste cenário, as Wetlands surgem como uma alternativa viável e promissora. Pois, ao contrário do sistema convencional, que demanda alto consumo de energia e utiliza produtos químicos, as Wetlands oferecem um tratamento orgânico, sustentável e de baixa manutenção. E além disso, contribuem para um paisagismo diferenciado, transformando a área em um espaço, além de sustentável também bonito. 

Como funcionam as Wetlands?

As Estações de Tratamento Wetland utilizam plantas aquáticas, solo e microrganismos para tratar águas residuais de esgotos de forma eficiente e ecológica. Ou seja, elas imitam os processos naturais encontrados em pântanos e brejos para remover poluentes da água. Na tradução livre, Wetlands poderiam significar terras molhadas, o nome antecipa a explicação de como se dá o tratamento.

Como funciona na prática:

• O esgoto pré-tratado, ou seja, que já tenha retirado seus materiais sólidos, é conduzido para uma área projetada com plantas aquáticas que facilitam o tratamento.
• O esgoto atravessa camadas do solo e pedras que ajudam a reter e filtrar poluentes. 
• Microrganismos presentes no sistema decompõem a matéria orgânica e convertem substâncias tóxicas em compostos menos nocivos. 
• Por fim, a água limpa pode ser devolvida ao meio ambiente ou reaproveitada, por exemplo, para irrigação. 
• O papel das plantas subaquáticas é o de contribuir no processo de despoluição das águas, embora não façam esse papel sozinho, as espécies usadas nesse tipo de tratamento colaboram com o processo de limpezadessas águas.

Fonte: https://www.scielo.br/j/ac/a/HGrCnXyRwQZN3QGsbskR8Tv/?lang=pt

Benefícios das Wetlands

As estações de tratamento Wetlands oferecem uma porção de vantagens que a tornam atraentes para sua implementação. Vamos citar algumas para o seu conhecimento:

• Sustentabilidade. Reduzem significativamente o consumo de energia e a utilização de produtos químicos, diminuindo o impacto ambiental.
• Custo operacional baixo. Dispensa maquinários complexos e minimiza os gastos com manutenção.
• Paisagismo e integração urbana. As plantas utilizadas criam uma paisagem esteticamente agradável, transformando o local em um espaço verde. 
• Eficiência. Remove substâncias tóxicas, incluindo metais pesados, despoluindo a água com eficiência. 
• Flexibilidade. Pode ser dimensionada para diferentes demandas, desde pequenos loteamentos até bairros inteiros.
• Resiliência. Funciona bem em locais remotos ou sem acesso a uma rede de esgoto tradicional.
• Suporte à biodiversidade. Promove o desenvolvimento de flora e fauna locais, contribuindo para um ecossistema mais equilibrado e diverso. 
• Reutilização da água. A água tratada pode ser reaproveitada para usos como irrigação agrícola, reduzindo o consumo de recursos hídricos. 

Você deve estar se perguntando: “Mas como esse método de tratamento de esgoto com plantas vai deixar meu bairro bonito? E quanto ao mau cheiro?”

Nesse tipo de tratamento, estão incluídos processos químicos e físicos que impedem a contaminação do ar pelo mau cheiro do esgoto despejado nas Wetlands. Isso possibilita que o local em que a Estação esteja instalada possa ser frequentada e, se aliada ao paisagismo, pode fazer da área um espaço de circulação agradável com um bonito jardim. Além de não haver desconfortos para os habitantes da área, há um benefício muito grande em relação a biodiversidade de flora e fauna, pois por haver baixa utilização de produtos químicos, é possível conciliar a eficiência da estação com a biodiversidade, aproximando beleza e responsabilidade ambiental.

Exemplos práticos

Na França, as Wetlands são amplamente utilizadas para evitar sobrecarga dos sistemas tradicionais de tratamento de esgoto. Essa solução descentralizada é muito vantajosa para bairros ou loteamentos, tornando-os autossuficientes e mais sustentáveis. No Brasil, o loteamento Bottin da Terra Líder, conta com uma estação de tratamento Wetland que reduz de forma drástica o impacto dos efluentes no meio ambiente. Este é um projeto pioneiro em parceria com a Corsan, que abriu espaço para esta inovação. Com esse tipo de projeto a Terra Líder, que está no mercado há 20 anos, demonstra preocupação com o meio ambiente e inovação em processos sustentáveis.

Para impulsionar esta inovação e dar ainda mais credibilidade ao empreendimento, a Terra Líder se comprometeu em assumir a manutenção desta estação de tratamento pelos próximos 10 anos.

As Estações de Tratamento Wetlands representam um passo importante rumo a um saneamento mais acessível e ecológico. Além de atender às necessidades básicas de tratamento de esgoto, elas oferecem benefícios adicionais, como a integração com o paisagismo da área, promoção de biodiversidade na região e a possibilidade de custos baixos na operação.

Em regiões onde o acesso ao saneamento pode ser limitado, ou em locais que buscam alternativas sustentáveis, as Wetlands oferecem uma solução inovadora que alia responsabilidade ambiental, eficiência e melhora na qualidade de vida.